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A dinâmica do perdão

Quando as pessoas se relacionam – seja por estudo ou trabalho, como na relação professor-aluno, seja por empatia, como nas relações de amizade, seja por forte e poderoso amor, como entre pais e filhos –, elas têm a tendência a esperar que o outro não erre. Ou seja: na maioria das situações de relacionamento humano espera-se que o outro... seja perfeito. Dificilmente se está preparado para surpresas e muito menos para uma frustração.


Em geral as pessoas não fazem projetos para que as coisas saiam mal; ao contrário, sempre fazem planos para buscar situações e sentimentos confortáveis e sadios, como afeto e realização pessoal. Por exemplo, um filho não espera o abandono do pai ou da mãe; uma noiva não casa esperando que o marido a abandone; nenhum casal tem filhos para depois os abandonar.


Acontece que cometer erros faz parte do aprendizado do ser humano; não são poucas as vezes que só o erro ensina algo que está nos fazendo falta aprender. Ninguém está livre de errar.


No entanto, se os desgostos machucam, os desenganos afastam e as pessoas entram em conflito, o perdão alivia a dor, conforta e proporciona o retorno à união. É um valor ético que tem essa dinâmica de retorno, conserto; por isso é importante para manter a comunidade familiar.


Quando se ama, por exemplo, o relacionamento é tão intimo que se torna inevitável expor sentimentos e fraquezas ao ser amado. Então, qualquer falha do outro, mesmo pequena, pode provocar dor, sofrimento, frustração. O casal entra em conflito, tenta um colocar culpa no outro, os dois sentem insegurança e medo. Nesse momento, precisam ser capazes do perdão mútuo: perdoar e ser perdoado.


Também há problemas que não têm outra saída a não ser o perdão; se não houver o perdão, o problema permanece. Não adianta se afastar, deixar de se falar ou decidir nunca mais se ver. O problema permanece. E pior: as pessoas carregam o problema para onde forem e, se continuarem acumulando problemas, se tornarão frias, duras e insensíveis. Só o perdão pode suavizar e dar calor.


No dia-a-dia da relação entre membros da comunidade familiar o perdão é tão importante quanto o amor, ou melhor: é necessário para manter o amor. E quem quer viver sem amor?



 

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